Avançar para o conteúdo principal

Código Civil determina boas práticas nos condomínios e síndico como intermediador de conflitos


Créditos: Freepik


 Ficar em casa tornou-se um hábito mais intenso nos últimos anos. Os trabalhos em home office e as tecnologias digitais dispensam as pessoas de passarem mais tempo na rua, resolvendo problemas. Como consequência, o convívio com os vizinhos tornou-se mais frequente. Isso envolve não apenas as relações amistosas, mas também as eventuais diferenças que possa haver entre ambos.

Seja por conta de um barulho excessivo ou em hora imprópria, um vazamento ou de um comportamento inadequado, esses desacordos, quando se transformam em conflitos, costumam cair no colo do síndico. “O problema é que o síndico também é um morador, com seus problemas pessoais, com seu trabalho, suas prioridades e até suas afinidades com outros moradores. Mas o papel de intermediar essas situações é realmente dele”, explica Daniel Nahas, CEO da Administradora CASA, empresa especializada em administração de condomínios na egião metropolitana de Belo Horizonte.

A despeito de algum vizinho não querer a interferência do síndico, essa autoridade é determinada pelo Inciso II do Art. 1.348 do Código Civil. O texto aponta que é dever do síndico “representar, ativa e passivamente, o condomínio, praticando, em juízo ou fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses comuns”. Do ponto de vista jurídico, há um entendimento de que esses interesses passam também pelo cumprimento a normas de convívio e de comportamento adequado.

Já o Art. 1.337, em seu parágrafo único, determina que o comportamento antissocial reiterado de um morador ou dono de imóvel, que leve a uma convivência incompatível com os demais condôminos ou proprietários, seja punido com multa correspondente a dez vezes o valor da sua contribuição para as despesas condominiais.

“O Código Civil não apenas preza pelo bom comportamento entre os moradores do condomínio como também concede à figura do síndico a responsabilidade pela intermediação ou até mesmo punição em casos mais delicados. Mas essa é uma tarefa inglória, porque ele também pode acabar sendo movido a tomar uma decisão impopular ou mesmo entrar numa rivalidade que não é dele”, admite o CEO da Administradora Casa.

Segundo ele, uma forma de evitar a exposição do síndico é contratando uma administradora, que faça o trabalho de forma independente e sob orientação jurídica. “O papel de um administrador externo é de agir em respeito ao regulamento do edifício e, claro, ao próprio Código Civil. A empresa fica responsável por administrar também esses conflitos e tentar uma solução pacífica, sem abrir mão do que é determinado em lei. É importante lembrar que, diante de um conflito, é necessário tomar uma decisão rápida, para evitar novos transtornos no futuro”, sentencia.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

IA avança, e sistema com tecnologia já faz reconhecimento facial em menos de 1 segundo

Quando se pensa na evolução dos sistemas de segurança que utilizam a tecnologia da inteligência artificial (IA), é comum imaginar novas máquinas avançando horizontalmente, ou seja, oferecendo soluções que são novidades para o mercado. De fato, isso ocorre de forma ininterrupta, mas chama a atenção também a velocidade de leitura dos novos drives. Atualmente, já existem equipamentos capazes de fazer um reconhecimento facial em menos de um segundo. ‌ “As tecnologias da informação estão avançando muito com relação à performance de tempo, e isso é um reflexo do que as próprias empresas necessitam quando se pensa em segurança de dados. Como muitas operam com uma quantidade diversa de clientes ou de fornecedores, é necessário que esse acesso seja cada vez mais rápido, sem perder o foco no nível de segurança”, explica Maria Cristina Diez, engenheira de softwares e diretora comercial e de marketing da MOST. A empresa, fundada há 23 anos, é especializada em criar e implementar sistemas de se...

Conforto x desperdício: vazão de água do chuveiro deve seguir normas técnicas

  freepik O clima tropical é uma das razões que ajudam a explicar por que o brasileiro é o mais asseado do mundo. A população toma em média 8,5 banhos semanais, a maior em relação ao resto do mundo, segundo pesquisa realizada pela P&G, empresa sediada nos Estados Unidos e proprietária de diversos produtos de higiene. Isso também permite imaginar o quanto se desperdiça de água por aqui. Principalmente por quem faz questão de abrir o chuveiro no máximo. Mas é preciso um equilíbrio entre o conforto e o desperdício. E isso é estabelecido por normas técnicas que determinam limites de vazão dos chuveiros para conter o gasto excessivo de água nas edificações. As NBRs 16782/19 e 5626/20 tratam exatamente desse consumo, e nelas estão as observações quanto à quantidade adequada que não fuja dessa normativa. “A recomendação prevista nas normativas brasileiras é de que os chuveiros tenham uma vazão entre 6 e 15 litros de água por minuto. Dentro dessa faixa, considera-se que não há desp...