Avançar para o conteúdo principal

Conforto x desperdício: vazão de água do chuveiro deve seguir normas técnicas

 

freepik

O clima tropical é uma das razões que ajudam a explicar por que o brasileiro é o mais asseado do mundo. A população toma em média 8,5 banhos semanais, a maior em relação ao resto do mundo, segundo pesquisa realizada pela P&G, empresa sediada nos Estados Unidos e proprietária de diversos produtos de higiene. Isso também permite imaginar o quanto se desperdiça de água por aqui. Principalmente por quem faz questão de abrir o chuveiro no máximo.

Mas é preciso um equilíbrio entre o conforto e o desperdício. E isso é estabelecido por normas técnicas que determinam limites de vazão dos chuveiros para conter o gasto excessivo de água nas edificações. As NBRs 16782/19 e 5626/20 tratam exatamente desse consumo, e nelas estão as observações quanto à quantidade adequada que não fuja dessa normativa.

“A recomendação prevista nas normativas brasileiras é de que os chuveiros tenham uma vazão entre 6 e 15 litros de água por minuto. Dentro dessa faixa, considera-se que não há desperdício”, explica Weber Carvalho, diretor-técnico e Sócio, da Projelet, empresa de engenharia e arquitetura especializada em soluções inteligentes para a construção civil.

“Essa é uma quantidade razoável, levando-se em conta que para um banho de 10 minutos poderiam ser gastos até 150 litros de água. Mas ainda encontram-se no mercado chuveiros que gastam até 60 litros por minuto. É um absurdo que as NBRs trabalham para coibir”, complementa. A título de comparação, nos Estados Unidos, por exemplo, os chuveiros são limitados por lei a fornecer no máximo 2,5 galões de água por minuto – o equivalente a 9,5 litros.

Parte do problema, segundo Weber, vem da cultura do brasileiro de tentar resolver o problema da vazão da água, não da pressão. Isso ocorre sobretudo porque a maior parte dos imóveis residenciais e comerciais atualmente estão em edifícios, onde a falta de pressão é mais comum. Os imóveis localizados nos andares superiores, mais próximos das caixas d’água, costumam apresentar mais dificuldade para puxar a água porque a pressão é menor do que nos andares situados nos primeiros andares do prédio.

“Nestes casos, resolve-se o problema acoplando um pressurizador à tubulação a partir da caixa d’água, de modo que a água chegue com mais força no imóvel. Outra solução é recorrer a um chuveiro com uma cabeça menor, que concentra a saída de água e demanda menos vazão de água”, orienta o diretor da Projelet.

Sustentabilidade
Bruno Marciano, diretor de relacionamento e sócio da Projelet, pontua que o uso de chuveiros com maior vazão não torna o banho mais eficiente, mas apenas mais agradável. “É um custo ambiental que não vale a pena bancar. Por isso, é preciso promover antes a conscientização das pessoas e a busca por soluções relacionadas à pressão da água. São essas medidas que podem ajudar a diminuir consideravelmente o consumo irresponsável de água”, esclarece.

Para Bruno, as pautas ambientais estão em alta, e isso pode ser bem utilizado pelo próprio mercado. “A sustentabilidade é um ativo que deve ser mais valorizado entre as marcas do setor. O uso adequado da água por toda a população seria capaz de amenizar muitas das crises hídricas que o país ocasionalmente é obrigado a enfrentar. Ligar o chuveiro por menos tempo contribuiria bastante nessa causa”, conclui.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

IA avança, e sistema com tecnologia já faz reconhecimento facial em menos de 1 segundo

Quando se pensa na evolução dos sistemas de segurança que utilizam a tecnologia da inteligência artificial (IA), é comum imaginar novas máquinas avançando horizontalmente, ou seja, oferecendo soluções que são novidades para o mercado. De fato, isso ocorre de forma ininterrupta, mas chama a atenção também a velocidade de leitura dos novos drives. Atualmente, já existem equipamentos capazes de fazer um reconhecimento facial em menos de um segundo. ‌ “As tecnologias da informação estão avançando muito com relação à performance de tempo, e isso é um reflexo do que as próprias empresas necessitam quando se pensa em segurança de dados. Como muitas operam com uma quantidade diversa de clientes ou de fornecedores, é necessário que esse acesso seja cada vez mais rápido, sem perder o foco no nível de segurança”, explica Maria Cristina Diez, engenheira de softwares e diretora comercial e de marketing da MOST. A empresa, fundada há 23 anos, é especializada em criar e implementar sistemas de se...

Código Civil determina boas práticas nos condomínios e síndico como intermediador de conflitos

Créditos: Freepik   Ficar em casa tornou-se um hábito mais intenso nos últimos anos. Os trabalhos em   home office   e as tecnologias digitais dispensam as pessoas de passarem mais tempo na rua, resolvendo problemas. Como consequência, o convívio com os vizinhos tornou-se mais frequente. Isso envolve não apenas as relações amistosas, mas também as eventuais diferenças que possa haver entre ambos. ‌ Seja por conta de um barulho excessivo ou em hora imprópria, um vazamento ou de um comportamento inadequado, esses desacordos, quando se transformam em conflitos, costumam cair no colo do síndico. “O problema é que o síndico também é um morador, com seus problemas pessoais, com seu trabalho, suas prioridades e até suas afinidades com outros moradores. Mas o papel de intermediar essas situações é realmente dele”, explica Daniel Nahas, CEO da Administradora CASA, empresa especializada em administração de condomínios na egião metropolitana de Belo Horizonte. ‌ A despeito de algum ...