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Mercado de e-commerce mostra solidez, mas risco de fraudes aumenta

 

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O faturamento do e-commerce no Brasil mostra que este é um mercado já bastante consolidado. De acordo com a Neotrust, empresa que monitora o comércio digital no país, o setor faturou R$ 161 bilhões em 2021. As cifras foram 26,9% maiores em relação a 2020, com um volume de entregas que alcançou 353 milhões de unidades.

O que poderia ser apenas motivos de festa também tem sido de preocupação. Na esteira do crescimento do comércio digital, também há um aumento significativo nos casos de fraude. Em toda a América Latina, as operações fraudulentas foram 97% maiores do que as registradas na América do Norte. Quando comparado ao e-commerce da Ásia, o maior do planeta em número de consumidores, e com os países do Pacífico, os índices foram 222% mais altos. Os dados são da Stripe, no recorte 2019-2022.

“O mercado de e-commerce envolve o cadastramento e o armazenamento de informações pessoais em bancos de dados digitais. À medida em que vemos as movimentações financeiras aquecerem o setor, naturalmente perceberemos uma atenção maior de fraudadores que vão tentar realizar operações ilegais, seja na tentativa de ter acesso a esses dados, para adquirir produtos usando informações falsas ou passando-se por comerciante para aplicar golpes em usuários”, explica Maria Cristina Diez, diretora comercial da Most Specialist Technologies, empresa que atua em sistemas de segurança digital há 30 anos.

Contudo, segundo ela, já existem formas de combater as tentativas de fraude nesses sistemas. “Antes de tudo é necessário criar um protocolo de segurança bastante amplo, que resguarde de todas as formas possíveis os riscos de ataque”, esclarece. “O sistema de proteção mais usado na etapa de onboarding de sites de compras tem sido a autenticação em mais de uma ou até de duas etapas”, diz a executiva.

Outras formas, de acordo com Diez, também são de condicionar a efetivação da compra a confirmações de códigos enviados para outras plataformas, externas ao site, como por SMS e e-mail. Além disso, o uso da biometria facial também tem se mostrado um recurso eficaz contra os fraudadores. “Há tecnologias de ponta que permitem a identificação do usuário em poucos segundos, como é o caso da biometria facial. Isso permite confirmar se o indivíduo que está realizando o acesso de fato é o proprietário do cadastro”, afirma a diretora da Most.

“A vantagem da biometria facial é que dispensa a adoção de outras muitas etapas de segurança até finalizar a compra, além de preservar a qualidade da navegabilidade do site, sem levar o usuário à desistência antes de finalizá-la. São cuidados com as quais a tecnologia lida, mas que já alcançou um nível de precisão muito grande”, sustenta. “O e-commerce já está consolidado, e a tendência é que ofereça mais garantias de segurança ao consumidor. Esse percurso pode ampliar ainda mais a atuação do setor.”

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