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Gambiarras geram riscos que podem provocar até incêndios nas residências

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 Já faz algumas décadas que o brasileiro faz referência a si mesmo como um povo que gosta de gambiarra. Se é verdade ou não, criar soluções na base do improviso, do paliativo mal feito, pode ser mais perigoso do que se imagina. Principalmente dentro de casa. Do ponto de vista da construção civil, a gambiarra não tem vez. É cartão vermelho antes mesmo de entrar em campo.

E algumas das práticas consideradas gambiarras são bastante comuns. Uma delas é emendar vários ‘T’s numa mesma tomada, conectando muitos aparelhos em um único terminal elétrico. Esse tipo de instalação é muito encontrado, mas representa um perigo iminente, que pode provocar até mesmo um incêndio.

“O risco de sobrecarga para quem concentra muitos aparelhos numa única tomada é bastante alto, porque o terminal não aguenta uma concentração muito grande de carga elétrica. A distribuição de tomadas pela casa é exatamente para evitar isso, e ao mesmo tempo atender às demandas dos usuários”, orienta João Borges, engenheiro eletricista, gestor de projetos e sócio da Projelet, empresa de engenharia e arquitetura especializada em soluções inteligentes para a construção civil.

Outro hábito comum, segundo ele, é o de deixar fios e extensões emaranhados, geralmente atrás do móvel da TV e do computador. “O problema evidentemente não é só o estético. Se um dos fios tiver um pequeno desgaste e se aquecer, ele pode derreter outros cabos que tiverem contato. Isso é o suficiente para queimar os equipamentos ou até mesmo provocar um incêndio”, alerta João Borges.

O engenheiro da Projelet adverte também aquelas pessoas que se dispõem a instalar um aparelho em casa com o fio esticado. Se os conectores da tomada não estiverem bem encaixados, o melhor é providenciar uma extensão. “O mau contato pode “fritar” a ponta da tomada, e isso é um perigo dentro da residência. As consequências podem ser desde a queima de toda a rede elétrica como também de incêndio”, explica.

Sistema elétrico
Além de evitar todas essas situações, João Borges recomenda que o proprietário do imóvel disponha de um sistema elétrico elaborado por um profissional habilitado. É ele quem saberá fazer a distribuição dos terminais de modo a evitar o uso inadequado da rede, como ocorre nos casos mencionados.

“Todas essas situações mostram o quanto nos expomos a situações perigosas diariamente, dentro das nossas próprias casas. A falta de cuidado pode colocar em risco não apenas nossos bens, mas, principalmente, a estrutura do imóvel e nossas próprias vidas. O mais adequado é fugir sempre dos improvisos e recorrer a soluções seguras, que obedeçam às normas de segurança”, alerta. “Gambiarra não combina com brasileiro e muito menos com construção civil. Este é caso típico do barato que pode sair muito caro”, sentencia.

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